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SOBRE A PARCERIA TOYS + OMIK

As metrópoles estão se rendendo ao colorido e à incrível expressividade do grafite. Cada vez mais incorporadas à identidade visual urbana, as ilustrações criadas por expoentes que transformam a paisagem das ruas também estão em alta nas galerias de arte de todo o mundo. No cenário brasiliense, dois artistas de estilos distintos vêm se destacando com intervenções exibidas em muros daqui e de outras cidades Brasil afora. A dupla reflete a efervescência da nova geração do grafite.

Embora compartilhem o mesmo atelier e alguns painéis, os desenhos autorais de cada um dialogam com o público por caminhos nada parecidos. “Minha linguagem é mais geométrica, abstrata, com textura. O Mikael faz ilustração, desenho, coisas orgânicas, lúdicas. Mas descobrimos que essa combinação funciona muito bem, gera um ineditismo interessante para a arte urbana”, observa Daniel TOYS. O objetivo principal, segundo ele, é tocar o observador. “Cada um interpreta o que vê de formas diferentes, mas temos que mexer com o espectador de alguma maneira, gerar sentimento. Esse é nosso carro-chefe”, pondera o artista.

Mikael lembra que ele e Daniel têm histórias de vida nada semelhantes. “Nossas ‘almas’, no entanto, são afins. Elas conhecem a harmonia, abraçam e desejam o ecletismo no mundo”, declara. Se hoje a diferença ainda se apresenta como problema para a humanidade, para os dois artistas ela é a solução. Daniel TOYS vem com sua geometria, tipografia e explosão de cores. Mikael OMIK com o traço orgânico e suas mulheres doces, fortes. Juntos, eles trazem para a alma do brasiliense a contemplação do real e do abstrato.

Daniel Toys

Daniel TOYS tem 25 anos. Nascido em Brasília, desenha desde pequeno, mas começou a grafitar aos 11. “Andando de skate, conheci o grafite. Pirei, comecei a pesquisar, ver em revistas. Fiz meu primeiro grafite no Guará, mas é no Plano Piloto, na W3, que as cores e traços do nosso trabalho ganham o olhar do outro com mais destaque”, considera. Toys cursou Publicidade e Propaganda, trabalhou em agências e viajou pela América do Sul. “Voltei querendo viver do trabalho com as tintas, cores e o que sou capaz de produzir com elas”, admite. Versátil, ele não fica preso a só uma linguagem. “Consigo fazer mural na rua, pintar tela, desenvolver ilustração no computador. Tenho liberdade”, comemora. TOYS tem painéis na Argentina e no Chile. No Brasil, Belém, Natal, Belo Horizonte, Goiânia, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília já conhecem a arte urbana do brasiliense. Atualmente, suas principais referências são a StreetArt, a PopArt e a UrbanArt.

Mikael OMIK tem 24 anos. O grafiteiro também nasceu em Brasília e diz ter um gosto muito peculiar por olhares e cabelos laranja. “Abordo muito isso no meu trabalho, levando em conta que a maior parte deles sejam figuras femininas”, revela Mikael. O artista, que pintou seu primeiro painel na Ceilândia, acrescenta que a ilustração também o encanta desde criança. Mas foram as revistas com o trabalho de artistas da Street Art, tanto nacionais quanto internacionais, o incentivo determinante para sua atuação na arte urbana. “Ficava perplexo com a quantidade de técnicas e resultados obtidos com uma ferramenta tão ‘rústica’. O grafite me trouxe visibilidade, conhecimento, autonomia, amigos, viagens, curiosidades e compreensão. Ganhei o mundo”, resume. Omik também tem painéis na Argentina e no Chile. No Brasil, Olinda, Belém, Recife, Belo Horizonte, Goiânia, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília têm trabalhos do artista.

Mikael Omik

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